quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O coelhinho branco e o vírus da gripe A


(Versão adaptada por Carlos A. Silva)

Era uma vez um coelhinho branco que resolveu ir à sua horta apanhar couves para fazer um caldinho. Quando voltou a casa, reparou que a porta estava fechada e por isso resolveu bater: truz, truz, truz. Qual não foi o seu espanto quando ouviu uma voz muito feia a dizer:
- Quem é?
E o coelhinho respondeu:
- Sou o coelhinho branco que foi à horta buscar umas couves para fazer um caldinho.
- E eu sou o vírus da gripe A; se entras em casa, infecto-te já!!
O Coelhinho Branco ficou muito triste e resolveu ir embora, pois tinha medo do perigoso vírus. A poucos passos de casa, encontrou a vaca, que lhe disse:
- Que tens Coelhinho Branco, que vais tão triste?
- Oh, fui à horta buscar umas couvinhas para fazer o meu caldinho, e quando cheguei a casa estava lá o vírus da gripe A, que me disse que se entro em casa, infecta-me já!.
- Mmmuuuuu… Já ouvi falar dele. É um bicho muito mau, que pode deixar as pessoas muito doentes, com febre, espirros e muita tosse. E uma pessoa que esteja doente, se tossir ou espirrar para cima de outra, pode passar-lhe a gripe. Ou então, se tossir ou espirrar para as mãos, pode passar o vírus para as coisas em que tocar e ele fica lá à espera de outra pessoa para contagiar. Eu não vou lá que tenho medo!
O coelhinho continuou a andar, muito triste. A meio do caminho, encontrou o cão:
- Que tens Coelhinho Branco, que vais tão triste?
- Oh, fui à horta buscar umas couvinhas para fazer o meu caldinho, e quando cheguei a casa estava lá o vírus da gripe A, que me disse que se entro em casa, infecta-me já.
- Ão ão… Pois é. E o problema é que ele é tão pequenino que não se vê. Pode estar escondido numa mesa, num brinquedo, no teclado do computador, sem tu saberes… Basta agarrares na maçaneta da porta e podes ficar logo infectado. Eu não vou lá que tenho medo!
E o coelhinho branco ficou ainda mais triste, a pensar nalguma coisa que pudesse derrotar aquele vírus malvado. Já a chorar e a soluçar de tanta tristeza, encontrou a Formiga Rabiga, conhecida por ser muito ajuizada e valente:
- Que tens Coelhinho Branco, que vais tão triste?
- Oh, fui à horta buscar umas couvinhas para fazer o meu caldinho, e quando cheguei a casa estava lá o vírus da gripe A, que me disse que se entro em casa, infecta-me já. Já pedi ajuda à vaca e ao cão, mas eles têm medo, tal como eu, de o enfrentar.
- Não te preocupes mais, amigo. Eu sei como vencê-lo. Para já, é preciso lavar as mãos muito bem com água e sabão. Se tossires ou espirrares, deves fazê-lo para um lenço de papel e depois deitá-lo no balde do lixo; se não tiveres lenço, não espirres ou tussas para as mãos, mas para a manga. Depois, não deves beber do copo dos teus amigos. Nem deves partilhar a sopa, a colher, a palhinha do sumo ou o gelado. Também não deves andar aos beijinhos a toda a gente. E é preciso limpar tudo muito bem com desinfectante. É isso que vamos fazer a tua casa.  Anda daí comigo! - disse a formiguinha.
E lá foram. Chegaram a casa do Coelhinho Branco e bateram à porta:
- Quem é? - perguntou o vírus da gripe A.
- É o Coelhinho Branco.
- E eu sou o vírus da gripe A; se entras em casa, infecto-te já!
Então a formiga disse:
- E eu sou a Formiga Rabiga, que acaba já contigo, vírus duma figa!
Entrou em casa e começou a limpar tudo com desinfectante. O vírus gritava:
- Pára! Pára! Assim dás cabo de mim.
Até que deixou de se ouvir, porque a Formiga Rabiga tinha acabado com ele.
Escusado será dizer que o Coelhinho Branco pôde finalmente fazer o seu caldinho, que comeu todo satisfeito na companhia da Formiga Rabiga. Mas, antes e depois da refeição, não se esqueceram de lavar muito bem as mãos.

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